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Opinião | Em solo sagrado

Aproximando-se de uma direção, uma placa roxa com letras brancas presa a um poste de luz diz: “Aqui você entra no espaço sagrado.”

E é assim que sempre pensei em lugares como este, por que me sinto desconfortável neles, como se não devesse estar ali, como se estivesse atrapalhando alguma coisa.

É a razão pela qual nunca visitei o marco zero em Nova York. Há algo diferente nesses lugares onde a vida se perde e a perda mudou o mundo. Quer seja terra ou calçada, esses lugares lembram-se das coisas e as sussurram. Esses são os lugares por onde as almas se cruzaram. Você sente algo quando está aqui, da mesma forma que eu senti algo em pé com a mãe de Tamir Rice, Samaria, no gramado onde ela caiu e sangrou após levar um tiro no abdômen por um policial de Cleveland.

Então, eu me aproximo do cruzamento com cautela, ficando menor a cada passo, tentando não ser intrusivo e muito respeitoso.

Mas tem algumas pessoas lá, rondando, tirando fotos e fazendo vídeos. Já se foram as enormes cenas de protesto do verão passado. O que resta é uma relíquia. Santuários e memoriais. Ursinhos de pelúcia, encharcados de sujeira, murais e grafites, apoiam-se em uma corda enrolada em tecido Kente que envolve o lugar onde Floyd perdeu a vida, uma figura azul cobalto com asas brancas pintada no chão onde foi imobilizado.

Eu fico lá, imóvel, quase nove minutos, a vez que Chauvin colocou o joelho no pescoço de Floyd. Estou surpreso com a duração da sensação e com quantos pensamentos me vêm à mente, e me pergunto quantos mais devem ter passado pela cabeça de Floyd.

Além do cruzamento, no meio do qual um grande braço de metal preto com um punho cerrado foi erguido (o braço está ficando vermelho de ferrugem), no canto do local do assassinato, está o estacionamento de uma igreja localizada em frente a uma loja chamado de alcance mundial. para os Ministérios de Cristo, que tem sua dádiva regular de alimentos.

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