Vale Mining Company vai pagar US $ 7 bilhões em compensação pelo rompimento da barragem no Brasil
Luiz Eduardo Osório, diretor de relações institucionais e sustentabilidade da Vale, comemorou o acordo em solenidade nesta quinta-feira. “Isso é resultado de meses de diálogo aberto entre representantes da Vale e membros do governo”, afirmou, lembrando que a empresa havia “ouvido os desejos do povo mineiro”.
Mesmo assim, muitos em Brumadinho ficaram insatisfeitos com os resultados da negociação e disseram que se sentiram excluídos do processo. Aproximadamente 150 pessoas protestou às portas do tribunal estadual onde o acordo foi assinado quinta-feira, dizendo que excluía as vítimas da tragédia. “Tudo bem e o estado está fazendo um acordo injusto”, dizia um pôster.
Jarbas Soares Júnior, procurador-chefe do Estado, enfatizou que o acordo não afeta outros processos movidos contra a Vale e seus executivos, que incluem denúncias de corrupção e homicídio. No ano passado, um juiz estadual concordou em ouvir um caso que acusou 16 pessoas.
Soares Júnior disse que o negócio foi o melhor que puderam, para evitar um processo demorado no famoso sistema judiciário brasileiro.
“Este acordo demonstra que medidas preventivas cuidadosamente executadas são a melhor opção para as empresas”, afirmou.
Os familiares das vítimas disseram que não ficaram consolados com o anúncio do acordo.
Flávia Coelho, 34, disse que o dia foi de luto, não de celebração. Dois anos se passaram desde que ele enterrou seu pai, Olavo, que morreu na barragem dias depois de alertar seus superiores que o desastre era iminente.
“Ele deu 40 anos de trabalho honesto a uma empresa criminosa”, disse ele em uma mensagem de áudio. “Não se esqueça do nosso tratamento, que não é de bilhões, mas de justiça e honra aos trabalhadores que perderam suas vidas”.
Manuela Andreoni reportou do Rio de Janeiro e Letícia Casado de Brasília.